Saúde mental

Fonte: WikiLAI
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A saúde mental vai além das emoções individuais, envolvendo diversos fatores. Segundo a Organização Mundial de Saúde[1] (OMS), é um estado de bem-estar que permite o desenvolvimento pessoal, a superação de desafios e a contribuição para a comunidade.

Este verbete faz parte da seção "Vozes de Impacto" realizado pela Fiquem Sabendo com apoio da Embaixada Britânica

Em 2022, a OMS lançou sua maior revisão[2] sobre saúde mental do século, oferecendo um plano global de transformação, que revela que quase um bilhão de pessoas tiveram transtornos mentais em 2019, afetando 14% dos adolescentes.

A pesquisa Esgotadas produzida pelo Laboratório da Inovação Think Olga[3], que entrevistou quase 1.078 mulheres brasileiras, aponta que quase metade delas já foi diagnosticada com algum transtorno mental. Desse grupo, 68% faz acompanhamento médico; 55% afirmou não terem recebido nenhum diagnóstico, contudo, entre aquelas que responderam afirmativamente, ansiedade (35%), depressão (17%) e síndrome do pânico (7%) foram os diagnósticos que mais se destacaram. São mulheres com idades a partir dos 18 anos, de todas as classes e regiões do país, com ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outros transtornos.

Órgãos responsáveis

No Brasil, há diversos órgãos públicos que possuem dados sobre saúde mental ou transtornos mentais. O Ministério da Saúde disponibiliza diversas fontes de dados e órgãos para pessoas com transtornos mentais, além de políticas públicas relacionadas.  

Por meio do acesso a página do DataSUS[4], basta pesquisar pela seção "Informações de Saúde (TABNET)”, onde você encontrará  dados relacionados a transtornos mentais e atendimentos nos CAPS. Também integrada ao Ministério da Saúde, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)[5] é composta por diversos serviços, incluindo os CAPS, e tem como objetivo articular os pontos de atenção para o atendimento de pessoas com necessidades de saúde mental.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)[6] do Ministério da Saúde são serviços de saúde mental abertos à comunidade, oferecendo atendimento especializado para pessoas com transtornos mentais e dependência de álcool e outras drogas. No Brasil, há cerca de 3.020 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), distribuídos em todos os estados e o Distrito Federal.

Onde encontrar dados

Acesse o site DataSUS[4], em seguida deslize para a seção "Informações de Saúde (TABNET). No menu superior, passe o mouse sobre "Acesso à Informação"; clique em "Informações de Saúde (TABNET)"; escolha a base de dados e pesquisa pela página até encontrar a seção "Epidemiológicas e Morbidade", onde você pode selecionar diferentes bases; período de análise, região (município, estado), tipo de transtorno mental e tipo de atendimento (internação, CAPS, ambulatorial) e em seguida, clique em consultar baixar os dados. Os dados podem ser exportados para CSV, Excel ou visualizados diretamente na plataforma.

No Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)[7], ligado também ao Ministério da Saúde, há coleta de dados sobre transtornos mentais relacionados ao trabalho. No site[8], há também um dicionário de dados, que permite entender a estrutura e o significado das informações registradas no sistema, facilitando o uso e a análise das notificações de transtornos mentais relacionados ao trabalho.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também disponibiliza diversas bases de dados por meio de pesquisas e estatísticas: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)[9], que oferece informações abrangentes sobre a saúde da população brasileira, incluindo aspectos de saúde mental e Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil[10], que apresenta análises sobre aspectos relacionados à saúde mental.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também exibe estudos sobre saúde mental e impactos sociais, inclusive possui uma Biblioteca Virtual de Saúde (BVS)[11], com área temática sobre saúde mental, disponibilizando produção científica e tecnológica na área e registro da prática da assistência psiquiátrica no Brasil.

Casos concretos

A jornalista Martihene Oliveira, militante pela comunicação antirracista e fundadora do Sargento Perifa e do Podcast Perifa Cast, de Pernambuco, produziu a investigação “A dificuldade das mulheres da periferia de acessar serviços de saúde mental[12]” sobre as barreiras que negras e periféricas enfrentam para obter atendimento psicológico na Região Metropolitana de Recife. A reportagem foi publicada nos sites Marco Zero[13], Sargento Perifa[14] e Afoitas[15] contando que mulheres podem aguardar até um ano para conseguir acompanhamento psicológico individual no sistema público de saúde diante da falta de profissionais. Segundo dados obtidos via LAI, a Prefeitura do Recife dispõe de apenas 20 psicólogos para atender toda a população. A reportagem foi uma das contempladas no edital Vozes de Impacto, realizado pela Fiquem Sabendo com apoio da Embaixada Britânica em 2025.

Matéria do site Terra [16]apontou que mais de 440 mil brasileiros foram afastados do trabalho por conta de depressão, transtorno de ansiedade, estresse grave, dentre outras questões referentes à saúde mental, em 2024. Dez anos antes, os números apontavam quase 203 mil brasileiros afastados em razão de transtornos mentais e de comportamento.

Reportagem publicada no Brasil de Fato[17], que mostra que a maioria dos afastamentos em ambientes de trabalho vieram de mulheres (64% ou 301.348 casos), também revela que mulheres negras, representam as que mais sofrem com essas doenças mentais, como depressão, ansiedade e outras psicoses.

*Este verbete foi criado no âmbito do projeto "Vozes de Impacto: Jornalismo investigativo sobre direitos humanos e democracia", realizado pela Fiquem Sabendo com apoio da Embaixada Britânica, em março de 2025. O texto segue sendo atualizado periodicamente pela equipe da Fiquem Sabendo.

Veja também

Referências externas