Defesa civil

Fonte: WikiLAI
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A Defesa Civil atua como um serviço de emergência com o intuito de reduzir os riscos e os danos sofridos pelas populações: antes, prevenindo acidentes; durante, no socorro e assistência às vítimas; e depois, com uma reabilitação do local envolvido no acidente.

Este verbete faz parte da seção Fiscais do Clima realizado pela Fiquem Sabendo com apoio da plataforma Green Accountability

Como funciona

A atuação da Defesa Civil frente a emergências climáticas deve ser compreendida de forma transversal, pois envolve múltiplas áreas como saúde, meio ambiente, infraestrutura, engenharia, assistência social e segurança pública. Além disso, é uma ação articulada, na qual os três níveis de governo — federal, estadual e municipal — trabalham de forma coordenada: a esfera federal estabelece diretrizes, sistemas de alerta e apoio técnico; a estadual adapta essas diretrizes à realidade regional, organizando planos como o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil (PEPDEC); e a municipal, por meio das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil (COMDECs), executa diretamente os planos de contingência e atua junto à população.

No Espírito Santo, por exemplo, a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec)[1] monitora e emite alertas sobre eventos climáticos adversos, como chuvas intensas, ventos fortes, granizo e descargas elétricas. Em casos de risco elevado, os boletins e relatórios são compartilhados com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil [2] para alinhamento e apoio em eventuais ações de resposta e assistência. No Piauí, a Secretaria de Estado de Defesa Civil (SEDEC-PI)[3] tem intensificado a articulação com os municípios para fortalecer a capacidade de resposta frente aos desastres climáticos, especialmente em regiões vulneráveis à seca e à escassez hídrica.

Diante de desastres ambientais e/ou climáticos, o sistema de alerta da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, intitulado “Defesa Civil Alerta[4]”, emite comunicados de emergência para a população, operadas com apoio das Defesas Civis dos estados e executada pelas prestadoras de telefonia móvel (Algar, Claro, Tim e Vivo).

Como acessar dados

A Defesa Civil disponibiliza diversas bases de dados abertas para consulta pública, permitindo o acesso a informações sobre desastres, áreas de risco, alertas e medidas preventivas. Entre essas bases, destaca-se o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres [5](S2ID), que reúne dados sobre ocorrências, auxiliando na gestão de riscos e na solicitação de recursos para recuperação.

Além disso, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)[6] fornece publicações a respeito de registros detalhados sobre eventos adversos, contribuindo para análises e planejamento de ações preventivas.

Os relatórios periódicos da Defesa Civil incluem boletins de monitoramento, estatísticas de ocorrências e avaliações de danos, garantindo transparência e embasamento para políticas públicas. Essas informações podem ser acessadas por meio dos portais oficiais da Defesa Civil dos estados e do Governo Federal.

Casos concretos

Na edição 132 da Don´t LAI To  Me[7], em setembro de 2024, a Fiquem Sabendo apresentou um levantamento exclusivo revelando que muitas capitais brasileiras ainda não seguem integralmente as recomendações da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, evidenciando lacunas importantes na gestão de riscos. Por meio de pedidos de informação enviados às prefeituras, a Fiquem Sabendo levantou que apenas sete capitais confirmaram ter Conselho Municipal de Proteção e Defesa Civil instalado. Esse levantamento também foi destaque na coluna Transparência Pública da Folha de S. Paulo[8], assinada pelos cofundadores da Fiquem Sabendo, Maria Vitória Ramos e Bruno Morassutti.

Após a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, em 2024, devido às enchentes históricas, reportagem da Agência Pública [9]revelou que a Defesa Civil do Rio do Sul é administrada por militares e políticos sem experiência, além de contar com uma estrutura precária, com baixo orçamento, falta de quadros qualificados, com o comando de aliados políticos sem nenhuma experiência prévia no tema, principalmente em pequenas cidades, ou nas mãos de militares, embora seja uma instituição civil. A Agência Pública analisou o orçamento empenhado para a Defesa Civil por esses municípios e pelo estado nos últimos três anos. Em boa parte das cidades mais afetadas, o valor destinado para ações da Defesa Civil não representa mais do que 0,01% do orçamento total.

Reportagem publicada no Jornal O Povo[10], em março de 2025, revelou que 16 municípios do Ceará relataram danos após chuvas intensas à Defesa Civil Nacional.

Em fevereiro de 2025, a Defesa Civil do Piauí intensificou o monitoramento das chuvas no estado com o uso de novas tecnologias, conforme noticiado pelo Portal AZ[11]. A iniciativa incluiu a utilização de satélites, radares meteorológicos e plataformas de predição para responder aos alertas de chuvas intensas emitidos pelo Inmet, com foco na prevenção de desastres como inundações, vendavais e deslizamentos.

A reportagem “Clima está diferente na Amazônia, mas não deve afetar ciclo de chuvas”, publicada pelo Amazonas Atual[12] em 18 de janeiro de 2025, destaca que, embora o clima na Amazônia esteja passando por mudanças perceptíveis — influenciadas por fatores como desmatamento e fenômenos oceânicos como o El Niño —, especialistas não preveem alterações significativas no ciclo de chuvas da região.

Na edição #144 da Don’t LAI To Me[13],  a Fiquem Sabendo exibiu dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), sobre os planos de contingência elaborados pelos municípios para resposta a desastres. A planilha analisada pela Fiquem Sabendo mostra que 606 municípios — pouco mais de 10% das cidades brasileiras — usaram a plataforma para criar seus planos. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina lideram em número de registros.

*Este verbete foi produzido no projeto Fiscais do Clima, realizado pela Fiquem Sabendo com apoio da plataforma Green Accountability. As informações seguem sendo atualizadas pela equipe da FS.

Veja também

Referências externas